Story 12 Set, 2023

33 novas Áreas de Importância para Mamíferos Marinhos Aprovadas no Atlântico Sul Ocidental Decisão Amplia Portfólio Global de Áreas do Oceano Que Devem Ser Conservadas

A União Mundial para a Conservação da Natureza – IUCN validou e mapeou 33 novas Áreas de Importância para Mamíferos Marinhos (IMMAs, do Inglês Important Marine Mammal Areas) no Atlântico Sul Ocidental, das Guianas ao norte da Amazônia brasileira até a Terra do Fogo na Argentina. Este é o resultado final de um processo que durou um ano, incluindo um workshop científico intenso em dezembro passado para apresentar e avaliar dados de áreas candidatas a IMMAs, que foram então submetidas a revisão científica. Além das 33 novas IMMAs aprovadas, cinco outras áreas receberam o status de Áreas de Interesse (AoI).

 
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Photo: by-Marcel Morais Projeto Baleia a Vista Ilhabela

Guiana dolphins sotalia

As IMMAs são definidas como áreas determinadas de habitat que sejam importantes para espécies de mamíferos marinhos e que tenham potencial para serem delimitadas e manejadas para a sua conservação. Elas não são áreas protegidas oficialmente designadas, mas sim indicativos para a conservação baseados na melhor ciência existente.

Segundo José Truda Palazzo Jr., Coordenador de Desenvolvimento Institucional do Instituto Baleia Jubarte,

estamos celebrando o reconhecimento internacional de nosso inestimável patrimônio natural marinho representado pelos mamíferos marinhos e seus habitats na costa leste da América do Sul

O Instituto sediou na Praia do Forte, Bahia, o workshop que propôs essas IMMAs em dezembro de 2022.

Os habitats notáveis da região que abrigam mamíferos Marinhos incluem entre outros o Banco dos Abrolhos e o arquipélago de Fernando de Noronha no Brasil bem como o Estreito de Magalhães e as águas patagônicas da Península Valdés na Argentina, e o Rio Paramaribo no Suriname.

Nas últimas décadas, intensificamos a pesquisa sobre os mamíferos marinhos raros, endêmicos e ameaçados da região

acrescentou Miguel Iñiguez, da Fundación Cethus, da Argentina.

A região do Atlântico Sul Ocidental abriga entre outras espécies as baleias francas austrais (Eubalaena australis), baleias-jubarte (Megaptera novaeangliae) e baleias sei (Balaenoptera borealis), algumas das quais migram da Antártida para esta região. Nos golfinhos, além dos largamente distribuídos rotadores (Stenella longirostris) e nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) há espécies regionalmente endêmicas como o golfinho-de-Commerson (Cephalorhynchus commersonii ssp. Commersonii), os vulneráveis toninha (Pontoporia blainvillei), boto-de-Lahille (Tursiops truncatus ssp. gephyreus) e o quase ameaçado boto-cinza (Sotalia guianensis). O também vulnerável peixe-boi marinho (Trichechus manatus) é encontrado ao longo da costa das Guianas até Alagoas.

33 mammals workshop
by Eduardo Melo, Instituto Baleia Jubarte
SWATLO Workshop

O workshop durou uma semana e foi realizado em Praia do Forte, Bahia, em dezembro de 2022, organizado pela Secretaria de IMMAs da Força-Tarefa da IUCN para Mamíferos Marinhos e Áreas Protegidas, e sediado pelo Instituto Baleia Jubarte. 31 dos mais importantes pesquisadores de mamíferos marinos da região integraram o trabalho, e avaliaram 112 Áreas de Interesse preliminares, das quais as que foram selecionadas como candidatas a IMMAs foram baseadas em evidências científicas e mapeamento detalhado, que sustentaram as propostas de limites escolhidas. A revisão e aprovação dessas áreas foram agora completadas.

Existem atualmente 242 IMMAs reconhecidas ao redor do planeta, a maioria no Hemisfério Sul, todas elas com informações detalhadas e mapas acessíveis através do IMMA e-Atlas.

Conforme os Coordenadores da Força-Tarefa da IUCN, Giuseppe Notarbartolo do Sciara e Erich Hoyt, a equipe das IMMAs juntamente com 250 pesquisadores de mamíferos marinhos já examinou mais de 70% do Oceano e esperam completar nos próximos quatro a cinco anos a tarefa de, em uma década, realizar uma avaliação global dos habitats das 133 espécies conhecidas de mamíferos marinhos.

O trabalho para definir novas IMMAs continuará agora no leste do Atlântico Norte em 2024 e no oeste do Atlântico Norte e Caribe com resultados previstos para até o início de 2025.

Notas para os Editores

  • Esta região compreende aproximadamente ¼ do Oceano Atlântico. A Força-Tarefa já avaliou mais de 70% do Oceano global para a definição das IMMAs.
  • As Áreas de Interesse (AoI) não têm o mesmo peso que as IMMAs mas servem ao propósito de facilitar futuras atividades de monitoramento e pesquisa sobre mamíferos marinhos nessas áreas, que podem futuramente ser priorizadas como IMMAs.
  • O trabalho da Força-Tarefa para a iniciativa das IMMAs está sendo financiado principalmente pela Iniciativa Internacional do Clima (IKI) do Ministério Federal do Ambiente, Conservação da Natureza, Construção e Segurança Nuclear da Alemanha (BMUB) como parte da Iniciativa Global para a Biodiversidade dos Oceanos (GOBI). O trabalho em regiões distintas foi apoiado pela Agência Francesa da Biodiversidade através do Programa Marinho e Polar da IUCN e pela Mava Foundation. Estágios preparatórios do trabalho foram financiados pelo Animal Welfare Institute e pela Pacific Life Foundation. Recursos adicionais para o workshop do Atlântico Sul Ocidental vieram da OceanCare, e o Instituto Baleia Jubarte sediou o workshop e ofereceu recursos adicionais para custos locais através do projeto Um Solo Mar Brasil-Uruguai.

Para baixar o Relatório completo do Workshop de IMMAs do Atlântico Sudoeste, acesse https://marinemammalhabitat.org/resources/documents/ .

Para obter os shapefiles e informação detalhada sobre todas as 242 IMMAs aprovadas, acesse https://www.marinemammalhabitat.org/immas/imma-spatial-layer-download/

Para mais informações e imagens, contate o Co-coordenador da Força Tarefa

Erich Hoyt: [email protected]